"Ensaio sobre a cegueira" não foi o melhor livro que já li, mas provavelmente um dos mais marcantes - motivo pelo qual escrevo esse comentário. Conta a história de uma epidemia repentina de cegueira branca que começa a afetar uma cidade inteira e a espalhar-se sobre o país. Os infectados são colocados em quarentena, sob condições péssimas, cenário onde a história se desenrola. Porém, nem todos em quarentena são infectados: a mulher de um médico, que protagoniza a história, permanece enxergando, e assim, torna-se uma guia para os demais.

No início mostra-se uma leitura difícil, não há parágrafos e diálogos definidos, apenas linhas corridas. Além disso, outra característica particular do autor, é que ele não dá nomes aos personagens. São todos tratados por uma característica pessoal que chama mais a atenção. O livro é impactante e perturbador (até demais, por sinal). As cenas descritas são brutais, sujas e violentas. A perda de sentidos e quebra dos laços sociais, faz com que os personagens se nivelem, em uma busca enlouquecida pela sobrevivência. Através da mulher do médico, pude ver o quanto é desesperador representar os olhos de todos a sua volta e pouco poder fazer para ajudá-los. Certamente o livro representa uma crítica à sociedade demonstrando o quão frágil ela é em sua essência.
Não é uma leitura harmoniosa, está longe de ser um livro bonito. Mas com certeza mexe com as emoções, nos traz um outro panorama do mundo, por isso, eu recomendo.

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